sexta-feira, 30 de maio de 2008

Esclarecimentos

Prezado Leitor

Criamos esse canal de comunicação com a intenção de divulgar o que andou e anda acontecendo nos vestibulares da UFRGS. Em primeiro lugar, gostaríamos de esclarecer que não somos contra as cotas, as cotas são necessárias na nossa sociedade para que possamos incluir pessoas com menor poder aquisitivo no Ensino Superior.

Na verdade somos contra o critério utilizado pela UFRGS e queremos informar sobre o assunto! A partir do CONCURSO VESTIBULAR 2008 da UFRGS houve a implementação do Sistema de Reserva de Vagas. Tal sistema foi introduzido com o intuito de diminuir a desigualdade social. Para entrar pelo Sistema de Reserva de vagas era necessário ter concluído pelo menos metade do Ensino Fundamental e a totalidade do Ensino Médio em Escola Pública.

Tal disposição pode ser encontrada no Edital do concurso no seguinte item “1.5.3 - Para fins deste Edital, entende-se por egresso do ensino público o candidato que cursou com aprovação, no Sistema de Ensino Público, pelo menos a metade do Ensino Fundamental e a totalidade do Ensino Médio”. A partir desse item, pessoas com condições sócio-econômicas classificadas como classe média alta entraram na universidade.

Como isso foi possível? O fato é que os Colégios que mais aprovam na UFRGS são justamente os Colégios Públicos, dentre eles Colégio Militar, Colégio Tiradentes, Colégio de Aplicação - UFRGS, entre outros. Tais instituições são conhecidas pelo alto padrão de ensino que poucas escolas particulares conseguem atingir.

O site pode ser acessado para confirmar o depoimento de um dos colégios.

O índice de aprovação somente na UFRGS do Colégio Militar foi de 59,25%. Alunos privilegiados dessas instituições, em grande parte, possuem excelentes condições financeiras. Logo, ao estabelecer o critério, errôneo, de reservar vagas aos egressos de Escolas Públicas, a desigualdade social, que a universidade pretendia corrigir, não se alterou. Diversos estudantes injustiçados pelo Programa de Ações Afirmativas da UFRGS entraram na justiça e ganharam o direito de se matricularem na Universidade Federal através de mandado judicial. Nas decisões de diversos juízes e desembargadores federais do Tribunal Regional Federal da 4ª região, há um ponto em comum que merece destaque: todos concordam que “houve desvirtuamento do Programa de Ações Afirmativas da UFRGS”. A justiça determinou que a UFRGS apresentasse documentação referente aos cotistas, incluindo nome, endereço e colocação no vestibular. Não foi surpresa saber que a maior parte dos cotistas, tidos como hipossuficientes, morarem em bairros nobres da cidade, como o Bela Vista, Cristal, Azenha. Muitos possuem carros próprios e outros JÁ SÃO FORMADOS EM CURSO SUPERIOR POR INSTITUIÇÕES PRIVADAS. Existe o caso de um cotista formado em três cursos superiores e que possui duas pós-graduações.

Além das fotos das residências e currículos lattes de cotistas, existem fotos no orkut (site de relacionamentos) de cotistas surfando ou em viagem ao exterior, com fotos em Nova York e Caribe ou abraçados em presentes ganhos pela aprovação no vestibular. Os cotistas não podem ser responsabilizados por essa quantidade de fatos estranhos. Quem deve ser responsabilizada é a universidade, que não realizou pesquisas sócio-econômicas para estabelecer um critério adequado. Qualquer um que conheça o Rio Grande do Sul sabe que, muitas vezes, estudar em algumas Escolas Públicas é um privilégio para poucos, como é o caso do Colégio Militar, do Colégio Tiradentes e outros.

É fácil analisar que HOUVE DESVIRTUAMENTO DO PROGRAMA DE AÇÕES AFIRMATIVAS DA UFRGS.

Convidamos nossos visitantes a se engajarem conosco nessa LUTA CONTRA O DESVIRTUMENTO DO SISTEMA DE AÇÕES AFIRMATIVAS.

Afinal, em janeiro de 2009 milhares de candidatos e suas famílias estarão outra vez na expectativa de uma vaga na UFRGS. A frustração que aconteceu com muitos estudantes neste ano não pode se repetir.

3 comentários:

Thais disse...

É muito importante que as pessoas entendam que nós não somos contra as cotas, mas sim contra o critério. A maioria das pessoas ao ver alguma notícia relacionada as cotas nem se dão ao trabalho de ler. Acham que é tudo a mesma coisa, ou a reportagem é contra e fala como todos somos iguais ou é a favor e diz que as minorias tem quer ter oportunidades. Por isso temos que ficar repetindo e repetindo até que as pessoas nos entendam.
Nosso grupo é pequeno, mas já fizemos grandes conquistas. Se cada um ajudar um pouco a gente chega lá! =)

Unknown disse...

Antes de tudo gostaria de frizar que não sou favorecido pelas cotas, também não sou hipossuficiente, porém não tenho plenas condições de pagar uma universidade particular, que custa, por mês, pelo menos 3x mais que eu pagava de mensalidade no colégio, privado, que eu cursei todo meu ensino fundamental e médio, e não estou chorando por causa disso, pois acredito que não preciso tomar a vaga de alguém que realmente não tem outra forma de ingressar no ensino superior.
Não sou totalmente contra as cotas, mas sim, com o método com elas são aplicadas. Num estado com população negra inferior a 10% do total (das quais nem todas são de classes sociais baixas), 15% das vagas da principal universidade deste são reservados para negros. E como fala no blog ter estudado em escola publica não significar ser de baixa classe social.
Outra coisa que não se justifica é que se o candidato entrar pelo sistema de cotas e não tiver preparo para acompanhar o curso, ele vai acabar por repetir diversas vezes as cadeiras e no final acaba desistindo, o que não resolve problema algum, apenas piora a situação, pois tira vaga de alguem que tem preparo e quer ter um ensino superior e engana a sociedade dizendo que a baixa classe esta tendo oportunidade ao ensino e a uma formação.
...
por hoje chega...

Anônimo disse...

Sou contra o sistema de cotas da UFRGS, mas queria vir aqui fazer um breve esclarecimento, eu estudei no Colégio Tiradentes e sei como funciona o sistema lá dentro, então posso falar do que eu vi nesses três anos que passei lá dentro, Diferente do CMPA o Colégio Tiradentes não possui ensino médio, desse modo nem todos os seus alunos tem direito a cotas, aliás 70% pelo menos da minha turma de formandos não tinha, e dos poucos que tinham e entraram na UFRGS, entraram por mérito própio, sem necessitar de cotas. Queria também esclarecer que o Colégio Tiradentes apesar de estar dentro da BM e ter um diretor brigadiano, depende somente dos professor da SEC, tendo assim falta de professores como no ano de 2007 em que ficamos sem professor durante praticamente 6 meses e no ano de 2005 que ocorreu o mesmo, a única coisa que temos de diferente é que não acontecem greves e que usamos uniformes e obedecemos a hierarquia, tirando isso somos como qualquer outro colégio estadual, dependendo do estado pra se manter em pé.
valeu!