Sabemos que o concurso vestibular tem sido desde muito tempo uma barreira difícil de ser ultrapassada. Aquele que almeja cursar uma faculdade precisa estar preparado em diversos sentidos. A preparação começa nos bancos da escola, desde o Ensino Fundamental até o Ensino Médio; e invariavelmente passa por um cursinho pré-vestibular. Existem candidatos que freqüentam cursinho pré-vestibular a um tempo equivalente a duração da faculdade, como quatro, cinco e até mesmo seis anos! Escrevem uma quantidade incalculável de redações em busca do aprimoramento da escrita, e alguns chegam a participar de cursos especializados em redações de vestibular; aprendem e reaprendem fórmulas, macetes, dicas e regras simplificadas. Todo o estressante vestibular, com suas provas de múltipla escolha, somadas a redação, atingem os vestibulandos e seus familiares, principalmente os pais; que gastam dinheiro e horas acompanhando os filhos durante anos de preparação. Eles testemunham o esforço dos filhos durante a preparação para o concurso, e quando chega a semana do vestibular, eles os levam e buscam do local de realização da prova, ambicionando que esse seja apenas um rito de passagem, e que em breve possam ver os filhos na lista de aprovados e acompanhá-los, preferencialmente, na matrícula da tão sonhada Universidade Federal.
Até bem pouco tempo uma das maiores dificuldades poderia ser creditada a prova de redação, como uma das mais polêmicas, já que o texto proposto é uma incógnita. No entanto, desde o vestibular da UFRGS/2008, o receio foi transferido para outro campo do sistema de ingresso via vestibular, setor esse que foge totalmente ao controle dos candidatos, dos pais e dos professores de colégios e cursinhos.
Trata-se do Edital do concurso vestibular. O regulamento que a cada ano traz novidades que regulam ou dificultam o ingresso na universidade. Neste último vestibular, com a implantação da Política de Ações Afirmativas, a UFRGS por inexperiência, por administração apressada ou pressão política, criou um concurso que teve resultados desvirtuados. Desde que a lista de aprovados foi divulgada em janeiro, enorme quantidade de Ações Liminares ingressou no Tribunal Regional Federal da 4ª região. A maioria das liminares foi deferida a favor dos candidatos prejudicados em razão do confuso Edital, que reserva vagas aos candidatos que tenham cursado pelo menos a metade do Ensino Fundamental e o Ensino Médio por inteiro no Ensino Público. Mesmo com a Universidade reiterando sua autonomia sobre as decisões, Antecipações de Tutela estão sendo deferidas, permitindo, dessa forma, a matrícula de novos alunos na UFRGS, mediante mandado judicial.
É sabido que
Este blog vai servir de veículo para divulgar o que tem acontecido desde o início de 2008, tanto no que diz respeito a UFRGS, quanto àquilo que está acontecendo no centro do país e Brasília. Tentaremos atualizar notícias sobre o projeto do Governo Federal sobre as Cotas Sociais nas Universidades Federais. Projeto que corre a dez anos no Congresso Nacional. Divulgaremos endereços de sites na internet com entrevistas e vídeos contendo reportagens a respeito poderão ser acessados, assim como depoimentos de quem têm sofrido com os acontecimentos do último concurso vestibular da UFRGS. Também divulgaremos contatos que foram feitos com Jornalistas, Deputados Estaduais, Federais, Senadores e Ministros do Supremo Tribunal Federal e o retorno que essas autoridades nos têm dado.
Portanto, todo candidato ao vestibular da Universidade Federal do Rio Grande do Sul terá a partir de agora onde buscar informações e saber quais seus direitos. Queremos garantir que as dificuldades sejam restritas apenas às provas do concurso. A sociedade não pode ficar a mercê de um Edital confuso, e mais tarde ter de buscar seus direitos na justiça. Nossa intenção é que a Política de Ações Afirmativas seja uma política justa, que atenda aos interesses para os quais foi proposta, que é abrir a UFRGS às classes menos favorecidas do estado e do Brasil.
3 comentários:
Diante das injustiças, roubos e falta de consideração das autoridades com o povo brasileiro, expresso o meu apoio à discussão aqui abordada. Não podemos permitir que uma política estabelecida para o bem e crescimento, como pouco se vê, perca totalmente sua razão de ser.
Acredito que o sistema de cota adotado na UFRG é um sitema totalmente sem embasamento, como o governo do estado quer promover esse tipo de açao, a qual envolve todos da populacao do RGS, sem ter pesquisas e estudos. Acho isso uma vergonha, ou melhor, mais uma vergonha que este pais nos tras. Como queremos ser um pais de primeiro mundo desse jeito.
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