Gustavo,
A Ufrgs está com um estranho projeto de extensão intitulado: EU QUERO ENTRAR NA UFRGS.
Professores e alunos cotistas do vestibular 2008 estão visitando escolas públicas da periferia de Porto Alegre para divulgar o sistema de cotas.
Pode parecer à primeira vista algo que vem de encontro à comunidade carente, daqueles que realmente necessitam de inclusão social.
No entanto todo o trabalho de divulgação do benefício aos estudantes de escolas públicas de nada adiantará, a menos que se adote no edital do vestibular 2009 um ponto de corte que restrinja a inscrição de alunos com alto padrão sócio-econômico e também de candidatos que já tenham concluído algum curso superior.
Caso contrário veremos fatos semelhantes aos ocorridos neste ano: uma enorme quantidade de vestibulandos frustrados, entrando no Orkut e vendo as postagens dos aprovados por cotas, festejando em férias nas praias de Santa Catarina, do nordeste ou viajando a Nova Iorque, Miame e Bariloche.
Também será possível escolher no Listão de aprovados diversos nomes e acessar o Currículo Lattes de aprovados para conhecer os cursos superiores, especializações e mestrados que o cotista possui.
Aqueles que não forem aprovados, caso tenham recursos, poderão requerer na justiça a garantia da vaga mediante liminar.
Em 2008 os juizes entenderam que houve desvirtuamento e concederam liminares.
A missão desse grupo da Ufrgs, que parece ser a de incentivar os alunos de escolas públicas "a correr atrás do sonho de cursar o Ensino Superior gratuito", na verdade está vendendo sonhos impossíveis.
Ainda mais se esses jovens que lutam com a falta de professores em diversas disciplinas durante o ano letivo, tiverem de concorrer com estudantes das tradicionais escolas públicas de Porto Alegre.
Um abraço. David
Ouça aqui o comentário do jornalista Gustavo Vitorino na rádio Pampa a respeito desse e-mail.