quinta-feira, 28 de abril de 2011

Estudante de Medicina, bolsista do PROUNI, diz que desistiu dos vestibulares da Universidade Federal em razão da ausência de provas documentais de carência socioeconômica na UFRGS

Comentário postado em 25 setembro de 2010 pelo estudante Armando Montano Neto.
Mas isso tudo eu vinha falando desde 2007, quando a discussão das cotas na UFRGS realmente ganhou força e se estabeleceu. Eu era candidato a uma vaga das cotas e, no vestibular de 2009, fiquei 1,37 pontos atrás do último cotista selecionado. Não por acaso, era um ex-aluno do Colégio Militar, que, em outros estados, como o Rio de Janeiro, por exemplo, não pode participar da seleção por cotas. O que mais me frustrou e, por pouco, não me fez desistir de me tornar acadêmico de Medicina, não foi ter chegado tão perto, foi uma propaganda do site do Colégio Militar, que dizia: "Parabéns vestibulandos 2009 do Colégio Militar. Alcançamos um número recorde de aprovações: 59% dos nossos candidatos a uma vaga na UFRGS foram aprovados no vestibular da Universidade Federal!" Depois de alguns anos tentando, passar no vestibular de Medicina da UFRGS, finalmente, por meio das cotas, comecei a ter esperança de que conseguiria. Ledo engano, as cotas são apenas mais um mecanismo para favorecer a pequenos grupos em detrimento daqueles que realmente precisam delas. Hoje sou bolsista do PROUNI faço Medicina na PUCRS, e, de vez em quando, reclamo da burocracia e de ter que sempre reapresentar documentos que comprovem minha carência financeira, porém, na verdade era isso que as cotas da UFRGS mais precisavam: controle e provas documentais de carência socioeconômica. Espero, de verdade, que vocês consigam tornar honesto e socialmente importante o regime de cotas, para que ninguém mais se sinta alienado do direito de sonhar.

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